Experiência no Porto

Já finalizado o meu estágio e depois de quase três meses, aqui estão as minhas impressões sobre a experiência.

Na minha opinião, o Porto é uma cidade muito bonita, de que gostei muito e que recomendo visitar. Uma das coisas de que mais gostei é o ter bastantes locais ajardinados e muito tranquilos onde poder ficar, relaxar e contemplar o bonito entorno. Também tem uma bonita e variada arquitetura, que, apesar de não estar muito cuidada em algumas partes da cidade, tem muito encanto.

Para conhecer a cidade, o que recomendo – e o que eu mais gostava – é sair e fazer longas caminhadas, sem rumo nem indicação alguma, deixando-se guiar pelo instinto e pela sorte, tentando desligar o máximo possível da tecnologia e sobretudo do telemóvel para ligar de uma melhor maneira com o entorno desfrutando mais da cidade e somente acompanhado em alguma ocasião por algum podcast ou um bocadinho de música.

Um dos pequenos inconvenientes que a cidade pode ter é de em alguns momentos ter uma grande circulação de automóveis, tornando o trânsito muito caótico.

Quanto à mobilidade, existe o Metro e os autocarros, que permitem chegar a quase qualquer local da cidade. Em caso de necessitar deslocar-se entre locais específicos ou de uma forma rápida, também se pode recorrer a um Uber, que tem um bom serviço, rápido e económico. Ainda que, para mim, a melhor forma de deslocar-se e que mais utilizava é o caminhar, sempre que o horário o permita e o tempo despendido não seja um problema.

Em relação ao trabalho, estive na empresa OnDisc. Lá encarregaram-me principalmente de rever os preços e o stock de produtos da loja online, comparar os preços com os da concorrência, resolver problemas de produtos com algum problema no website da loja, pesquisar novos produtos e adicioná-los ao website da loja e, de forma mais esporádica, desmontagem, limpeza e montagem de computadores.

A ligação com a Galiza é muito boa, havendo comboio (Renfe y Comboios de Portugal) e autocarro (Alsa y Autna) todos os dias, que ligam a estação de Porto-Campanhã com Vigo-Urzaiz e Vigo-Guixar, e em algumas ocasiões também com a Estação Intermodal de Santiago, embora os horários em alguns dias não sejam muito bons. Recomendo utilizar o comparador Omio para conhecer as diferentes opções e empresas que fazem as deslocações e já depois comprar os bilhetes na web da empresa.

Em relação ao português, não acho que seja um grande problema, em geral, já que conhecer o galego facilita em muito o perceber o idioma. Já quanto à fala é um pouco mais difícil mas, com uma boa atitude e com vontade de aprender, pode-se avançar muito e muito rápido.

No meu caso, tive a grande sorte de contar com um colega de morada portugês, que me ajudou muito a conhecer e praticar o idioma, e que me ensinou muito vocabulário, além de me ensinar também sobre a cidade e as suas curiosidades.

Como conselho para progredir com o idioma a técnica que empreguei durante este tempo foi fazer uma listagem nas notas do telemóvel, adicionando as novas palavras que não conhecia, perguntando primeiro se as escrevera bem, de acordo com o que estava a ouvir, e depois adicionando a tradução e uma pequena explicaçao, se necessário, por exemplo no caso de frases feitas.

Como dado curioso, há que ter cuidado com os chamados “false friends” em inglês, já que há algumas palavras que embora se pronunciem e escrevam da mesma forma, diferem no seu significado do galego ou castelhano e que podem arrancar um sorriso, tanto a nós, como à pessoa com a falamos. Em menor medida, também acontece com a diferença de vocabulário entre o portugês de Portugal e o portugês do Brasil.